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O que é depressão resistente e como tratá-la com Escetamina?

19/03/24
O que é depressão resistente e como tratá-la com Escetamina?

Depressão resistente ao tratamento, também conhecida como depressão não responsiva ou refratária, ocorre quando, mesmo após o uso de diferentes classes de antidepressivos em doses terapêuticas, o paciente não demonstra melhora.

O que é ideação suicida?

A ideação suicida, também chamada de pensamentos suicidas, ocorre quando uma pessoa frequentemente considera ou planeja o suicídio, indo desde pensamentos breves até a formulação de um plano detalhado. É importante notar que a ideação suicida não inclui o ato de cometer suicídio, o que oferece a oportunidade para intervenção psiquiátrica.

Quando esses diagnósticos são feitos, é crucial buscar um tratamento eficaz para evitar que indivíduos que não respondem aos medicamentos (depressão resistente) acabem tirando suas próprias vidas.

Qual é a relação entre esses dois conceitos?

Entenda o comportamento suicida e as teorias da psicologia para o ato.

Significado de comportamento suicida

O comportamento suicida está fortemente associado aos sintomas de depressão, como falta de energia e humor deprimido, conforme aponta o Estudo de Intervenção no Comportamento Suicida da Organização Mundial de Saúde (OMS). Diversas teorias psicológicas procuram entender os fatores que levam ao suicídio, desde as pulsões de vida e morte propostas pela psicanálise de Freud até os modelos de planejamento suicida da terapia cognitivo-comportamental.

Uma pessoa com Transtorno Depressivo Persistente e ideação suicida costuma usar estas frases:

“Eu gostaria de não ter nascido”.

“Preferiria estar morto”;

“Eu só queria morrer”;

“Vou me matar”.

É comum que as pessoas próximas pensem que a pessoa “quer chamar a atenção”, no entanto, isto não é verdade, especialmente para quem tem depressão severa.

Quais são as causas da resistência aos medicamentos?

A resistência ao tratamento antidepressivo ocorre quando não há resposta clínica a pelo menos dois medicamentos de diferentes classes, mesmo após o uso adequado e por um período suficiente. Vários fatores podem contribuir para essa resistência, incluindo doenças não diagnosticadas, baixa resposta aos medicamentos, uso de múltiplos medicamentos, histórico familiar de depressão e outros transtornos mentais.

Causas da resistência

As razões por trás da resistência aos medicamentos não são completamente compreendidas, mas incluem a alta variabilidade individual na absorção e no destino dos fármacos após a ingestão. Entre os obstáculos estão a ação do ácido estomacal, a absorção intestinal que pode ser afetada pela interação com alimentos e outros medicamentos, além das características da parede intestinal, e os caminhos que o medicamento percorre após entrar na corrente sanguínea.

Além disso, há diferenças individuais na chegada do medicamento ao cérebro, onde os antidepressivos atuam diretamente nas conexões nervosas que contêm neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina. A produção dessas substâncias e a sensibilidade dos receptores neurais variam de pessoa para pessoa. Outra possível explicação é a falta de interação do medicamento com seu receptor no local de ação, assim como o número reduzido de receptores disponíveis nas células.

O que fazer quando um tratamento não alcança os resultados esperados?

Quando o tratamento convencional não produz os resultados esperados, uma alternativa é a Escetamina. Este medicamento é utilizado para tratar a depressão que não respondeu ao uso de pelo menos duas classes diferentes de antidepressivos. O tratamento com Escetamina tem demonstrado uma excelente resposta terapêutica em pacientes com Transtorno Depressivo Maior que apresentam comportamento ou ideação suicida aguda.

Como funciona o tratamento com Escetamina?

A Escetamina é inovadora tanto em sua forma de administração, sendo um spray nasal de ação ultrarrápida que facilita a aplicação em pessoas com dificuldades para engolir comprimidos, quanto em seu mecanismo de ação. Ao contrário de outros antidepressivos, que visam equilibrar os níveis de neurotransmissores relacionados ao bem-estar, a Escetamina atua nos receptores de glutamato, melhorando as conexões neuronais.

Apesar de ser um avanço significativo, a Escetamina geralmente é usada em combinação com outros antidepressivos orais. Sua ação é observada em um curto período, cerca de 24 horas após a administração, o que é particularmente benéfico para pacientes com depressão e ideação suicida.

A Escetamina é considerada uma inovação importante devido à sua forma de aplicação, mecanismo de ação e tempo de resposta rápido.

Fonte: Hospital Santa Mônica

Foto: Shutterstock