É frequente encontrarmos pessoas com manias, comportamentos repetitivos que ocorrem de forma corriqueira no dia a dia. Conhecidas também como hábitos, essas práticas não são necessariamente patológicas, não causando prejuízos à saúde da pessoa, embora sejam automáticas e quase involuntárias. Contudo, quando um comportamento começa a causar sofrimento para o indivíduo, é um indicativo de que algo está errado.
Medo de contaminação, verificações excessivas de portas ou janelas, rituais de contagem, organização de objetos de forma muito restrita... esses são alguns sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Eles são frequentemente confundidos com manias, mas a intensidade dos comportamentos é muito maior no quadro do transtorno. Esses comportamentos são desencadeados por obsessões, imagens ou impulsos indesejáveis e intrusivos que causam ansiedade e desconforto, conforme explicado por Juliana Gebrim, psicóloga e neuropsicóloga pelo Instituto de Psicologia Aplicada e Formação de Portugal (IPAF).
Esses pensamentos levam às compulsões, comportamentos recorrentes em resposta às obsessões. Esses atos têm o objetivo de aliviar a ansiedade causada pelo desconforto das ideias que invadem a mente do indivíduo de forma inconsciente. Embora algumas dessas atividades possam ser vistas como rotineiras, se a frequência e a intensidade gerarem sofrimento, são consideradas parte de um transtorno.
Causas
O TOC é um transtorno amplamente estudado, mas suas causas ainda são objeto de investigação. Segundo a psicóloga Mariana Zieza, trata-se de um problema multifatorial, envolvendo fatores biológicos e psicológicos.
Além disso, Juliana Gebrim observa uma maior incidência do transtorno entre mulheres, possivelmente devido a questões hormonais, estresse e pressões sociais.
TOC ou Mania?
As manias, ou hábitos, são muito presentes na vida das pessoas, muitas vezes manifestadas automaticamente, sem prejudicar a rotina ou a vida dos indivíduos. Geralmente, não causam angústia significativa, medo intenso ou ansiedade, ao contrário do TOC. A diferença fundamental entre eles reside na natureza e no impacto dos comportamentos, como explica Juliana.
Além disso, a constância, intensidade e gatilhos dos comportamentos podem ajudar a diferenciar o TOC das manias, embora isso possa variar de pessoa para pessoa.
Diagnóstico e tratamento
O tempo para o diagnóstico do TOC varia de pessoa para pessoa, influenciado por fatores como vergonha e falta de conhecimento sobre o transtorno. No entanto, uma vez identificado, pode ser tratado com neuromodulação, medicamentos e terapia cognitivo-comportamental para reduzir obsessões e compulsões. A busca por tratamento é fundamental, visto que os sintomas tendem a persistir ao longo da vida, variando em intensidade.
"Além disso, em alguns casos, a medicação pode ser recomendada, geralmente antidepressivos, para ajudar no controle dos sintomas”, completa.
Além disso, cada indivíduo é único, e o tratamento é adaptado às necessidades específicas do paciente.
Estimativas sugerem que, entre adultos, o TOC tenha uma prevalência atual em torno de 1,0% e de 2,0% a 2,5% ao longo da vida, conforme detalha a psicóloga do IPAF.
Abordagem Sinapta
Os médicos psiquiatras da Sinapta defendem a abordagem individualizada, montando tratamentos customizados a partir de diagnósticos singulares, específicos para cada paciente.
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo pode ser tratado através da neuromudulação, técnica moderna e não invasiva, e tanto o número de sessões como os equipamentos utilizados e a duração da terapia são desenhados individualmente.
Saiba mais sobre nossos tratamentos, clicando aqui.
Fonte: Correio Braziliense e Assessoria Sinapta
Foto: Shutterstock